something to be happy for

Um cara sabido um dia disse que para ser feliz você precisa de: something to do, something to love and something to hope for. Achei essa simplificação do conceito de felicidade assaz interessante. Melhor até do que a receita do Big Mac. Porque os três fatores de fato descrevem as pessoas felizes. Que são as mais simples, aliás. As que tem a alma simples.
Quando a mente está vazia ela vira sua pior inimiga. O barulho do gato andando no telhado vira o barulho de um ladrão entrando. Uma herpes vira AIDS, o celular sem bateria dele vira uma amante. E por aí vamos nos campos das mentes envenenadas pelo ócio.
Ainda que se tenha o que fazer, fazer o que não gosta num ajuda muito. Com pessoas que você não suporta, em um lugar onde o ar é pesado. Sem nada que te faça querer voltar pra casa. E vamos dar as mãos e ser honestos: Häagen-Dazs não conta. Sério.
De tudo que se fala, nada nunca está perfeito. Não pode estar, não funciona. Temos o instinto da continuidade, torcemos para as coisas acontecerem, esperamos dias, pessoas, formaturas. Há de existir sempre alguma next best thing que nos faça levantar da cama com menos preguiça. Mesmo que seja a esperança de viver mais um dia tão sensacional quanto o anterior. Mesmo que seja esperando que tudo continue como está.


Mas interessante mesmo, na minha opinião, é o quão fácil é se encontrar nessa situação de completa felicidade. E ainda assim, não enxergá-la. Hormônios de lado, as vezes a gente parece esquecer o que mais quer da vida, parece não lembrar da importância que tem as coisas (coisas que andam, planam e falam, normalmente) que a gente ama.
E sobre o primeiro item, de vez em quando all you have to do is be alive. Já tá ensinando, tá servindo de mau exemplo. Já tá fazendo alguma coisa. Já gera felicidade.