dois mil e nove

buenos aires
balança e chove
começa o ano
dois mil e nove

piscina de bolinha
água do mar
não conte pro cleaner
não vale assustar

volta pra terra
continua balançar
acerta, me erra
foi só pra rimar

julho promete
com bala e chiclete
a pé, de patinete
no décimo andar

depois dá medo
tudo atrasado
nunca aprendo
tudo passado

agulha me fura
festa acaba aqui
e todos gritam 'ufa'
vá embora, bisturi

gordinha, redonda
saco de areia
mais perto que chego do mar
é sendo uma baleia

amanhã tá logo aí
a vida é bela, a vida é linda
dois mil e dez, se prepara
tem que ser melhor ainda

[nat, 21 anos, poetisa]